Concurso Nacional Unificado não deve ter nova edição em 2026

O Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos’, modelo centralizado de seleção para o serviço público federal, não terá nova edição em 2026. A informação foi confirmada pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, que citou as limitações da legislação eleitoral como motivo para a suspensão.

A legislação vigente proíbe nomeações de servidores nos três meses que antecedem as eleições e até a posse dos eleitos, o que inviabiliza o cronograma necessário para realizar o concurso. “Precisaríamos homologar todos os resultados antes do início do período eleitoral, o que é muito difícil logisticamente”, explicou a ministra.

Próxima edição ocorrerá em 2025 com mudanças

A segunda edição do CNU está prevista para o segundo semestre de 2025, com previsão de homologação dos resultados até junho de 2026. Entre as novidades anunciadas está a adoção de um edital único, diferente da edição anterior, que contou com oito documentos distintos — sete voltados para cargos de nível superior e um para ensino médio.

A estrutura do concurso também passará por mudanças tecnológicas. Após falhas na identificação de candidatos em 2024, o Ministério da Gestão decidiu implementar um sistema de identificação por código de barras, que garantirá maior segurança e agilidade na correção das provas.

Inclusão de novas carreiras e busca por maior equidade

A nova edição do CNU incluirá duas novas carreiras transversais: analista técnico de Justiça e Defesa, e analista técnico de Desenvolvimento Socioeconômico. Além disso, o ministério estuda mecanismos para ampliar a participação feminina, principalmente em áreas técnicas como Tecnologia da Informação (TI), onde a presença de mulheres aprovadas ainda é baixa.

Na edição anterior, as mulheres representaram 52% dos inscritos, mas apenas 41% dos aprovados. Na área de TI, o percentual caiu para 8%. Diante disso, o governo avalia adotar estratégias inspiradas no Ministério das Relações Exteriores, que implementou bonificações para mulheres em fases iniciais de concursos.

A suspensão do CNU em 2026 não representa um retrocesso, mas sim uma adequação ao calendário legal e uma oportunidade para fortalecer o modelo. Com melhorias já anunciadas e inclusão de novas carreiras, a edição de 2025 deverá consolidar o concurso como uma alternativa eficiente e democrática de acesso ao serviço público federal.

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